Aqui nós amamos ler qualquer material e conteúdo! Mas, principalmente, temos uma paixão por livros, seja literatura ou teoria. Estamos sempre com um, dois ou até três livros na mochila, na escrivaninha ou na cabeceira da cama. Os livros são nossos verdadeiros companheiros tanto na busca de conhecimento como para relaxar. Por isso, no conteúdo de hoje, vamos trazer alguns livros que nos marcaram.
Lemos mais do que nunca em 2020 e continuamos em 2021, em especial porque ficamos mais em casa e as obras nos ajudaram a entender e processar o contexto surgido com a pandemia do coronavírus. Além disso, os livros são ótimas companhias, não é mesmo? Nós, Andressa e Glória (sócias e líderes), escolhemos cada uma dois livros que deixaram marcas e ensinamentos. Bora saber mais sobre as dicas de livros? Primeiro, a Andressa vai contar sobre as suas favoritas!
Realidade distópica, crítica social ou apenas a realidade sob outra ótica?
Olá, galera! Aqui é a Andressa. Que honra compartilhar com vocês algo que amo desde pequena: a leitura. Então, como podem imaginar, gosto de ler todos os tipos de obras. Mas, hoje trago Fahrenheit 451 que me causou grande impacto e me fez refletir muito sobre questões que discordo: o autoritarismo e a repulsa ao conhecimento.
Assim, sempre defendi e acreditei na liberdade de expressão e escolhas (desde que não ultrapasse os limites da liberdade dos outros) e sou grande adepta aos estudos, desenvolvimento de habilidades e do saber. Por esse motivo, o livro de ficção científica publicado em 1953 pelo escritor norte-americano Ray Bradbury me cativou imensamente. A narrativa foi escrita em meio aos resultados da Segunda Guerra Mundial, sendo protagonizada por Guy Montag: bombeiro cujo trabalho é incendiar livros.
Isso mesmo que você leu! A realidade distópica dessa leitura reflete o nazismo e a década de 1950 no pós-guerra. Dessa forma, a censura era a principal forma de dominação da sociedade, criando histórias e crenças fictícias aos cidadãos: muitos dos personagens não lembravam do seu passado ou o porquê de agir dessa forma, apenas seguiam o que era dito.
Além disso, o livro é marcado por diversas simbologias: a começar pelo título “Fahrenheit 451”, que faz referência à temperatura ideal para iniciar a queima de papel, que corresponde a 233 graus celsius. Por sua vez, os uniformes e os títulos dos capítulos — são três no total: A lareira e a salamandra; A peneira e a areia; O brilho incendiário — são referências ao fogo, visto que a salamandra também é associada ao elemento.
A narrativa usa a metalinguagem, ou seja, possui seu próprio universo e contexto. Além disso, foi adaptada para cinemas e tornou-se representativa ainda nos tempos atuais. Principalmente, e sem spoilers, devido ao final subjetivo da obra, porém que traz a forte mensagem da importância do conhecimento em uma sociedade, sendo associada como meio de transformação social.
Rupi Kaur precisa estar nas nossas dicas de livros
Tanto eu quanto a Glória adoramos a Rupi e já devoramos todas as suas obras. Todavia, confesso que a minha grande paixão pela escritora, seus poemas e ilustrações surgiu no momento em que compreendi a importância do autoconhecimento. Sou agraciada por ter amigas psicólogas e sempre conversamos como o processo de descoberta de si mesmo é uma atividade terapêutica — não substitui a importância da terapia, viu?
Entretanto, hoje vou falar sobre o terceiro livro lançado da autora: Meu Corpo Minha Casa. Dessa vez, o leitor é levado à jornada de reflexão e questionamentos sobre si mesmo, revisando o passado de Rupi. Ao longo da leitura, somos imersos em traumas, relacionamentos, raízes, família, amigos e o empoderamento de si. Assim, ao expor momentos de intimidade, a autora nos faz sentir como é importante identificarmos o potencial que existe em cada um.
Além disso, compreendemos como somente nós mesmos somos capazes de descobrir isso. Tudo com muita sensibilidade e em um tom de conversa: entre a Rupi com ela mesma, conosco e da gente com a gente. Ademais, nos questionamos sobre o significado e o que é de fato o amor, aceitação e confiança para com os outros, bem como estarmos dispostos às mudanças em nossas vidas. Sem deixar de sempre olharmos para nós: o que podemos aceitar? O que queremos em nossas vidas? Até que ponto estamos nos anulando para agradar outras pessoas?
Assim, deixo esses questionamentos super importantes e as indicações dessas duas obras realmente impactantes para vocês. A primeira aborda questões sociais e a importância do conhecimento, do acesso à educação e do poder do saber como agente de transformação. Por sua vez, a segunda nos propõe o pensar e descobrir sobre nós, o outro e o eu. Então, deixo as próximas sugestões de leitura com a Glória, que com certeza terá livros ótimos para completar o conteúdo de hoje!

Você tem coragem de ser imperfeito(a)?
Oie, pessoal! É um prazer compartilhar leituras e ensinamentos, ainda mais em um momento tão delicado, que precisamos buscar apoio, novas explicações e soluções para os desafios. Primeiramente, vou indicar a obra magnífica da Brené Brown “A coragem de ser imperfeito”. Já tinha visto a palestra incrível da Brené na Netflix sobre coragem, vulnerabilidade e (im)perfeição. E, claro, me apaixonei (e me emocionei muito): super indico! A Brené realiza pesquisas acadêmicas há mais de 10 anos sobre as relações e comportamentos sociais, começando pela vergonha e cultura da escassez, chegando até a vulnerabilidade.
Para entender melhor: vivemos na cultura da escassez, ou seja, com o problema de nunca ser ou ter o bastante. Esse panorama floresce em sociedades com tendência à vergonha e à humilhação, somadas à comparação excessiva e desmotivação. Assim, ao desafiarmos esse ambiente, somos ousados! O oposto da escassez é ser suficiente, viver em plenitude e, segundo a Brené, agir e sentir com vulnerabilidade.
Dessa forma, a vulnerabilidade costuma sofrer com o estereótipo de fraqueza, mas não é isso que significa de fato: “vulnerabilidade não é conhecer vitória ou derrota; é compreender a necessidade de ambas, é se envolver, se entregar por inteiro”. Para a autora, estamos aqui para criar vínculos com as pessoas e isso só é possível por meio da vulnerabilidade, a catalisadora da coragem, compaixão e conexões.
Frente a isso, Brené conclui que já estamos cansados de sentir medo e é preciso superar a cultura da vergonha e humilhação que nos faz perder experiências significativas. Precisamos de coragem para explorar a nossa escuridão e, assim, descobrir o poder infinito da nossa própria luz. Agora, bora para a última obra das dicas de livros?
Mais dicas de livros: homo sapiens e os mitos compartilhados
Outro livro que me marcou muito, em termos de teoria e conhecimento, assim como de aprendizado para a vida foi o já famoso e super recomendado “Sapiens” do Yuval Noah Harari. O livro é tudo isso que dizem mesmo: e mais um pouco! O que acho mais incrível é que o autor se apropria de um tema que pode ser entendido muitas vezes como batido, ainda mais com movimentos que colocam o processo e aprendizados históricos de lado. Porém, ele reinventa a linha do tempo do ser humano, unindo duas áreas que possuem mais conexões do que imaginamos: história e biologia. O mundo por si só é multidisciplinar e complexo, não teria porque a nossa trajetória não ser assim também.
Portanto, para o autor, a humanidade se assentou sobre ficções. Assim, defende a ideia de que o ser humano conquistou o planeta terra por inteiro em vista da sua capacidade de cooperação em grande escala, imaginar coletivamente e a partir de mitos compartilhados. Além disso, traz essa ideia de mitos para a contemporaneidade, evidenciando que as instituições modernas funcionam sobre a mesma base dos primitivos.
Para exemplificar, faz uma comparação com os deuses glorificados na antiguidade e a marca Peugeot, que também é um produto da nossa imaginação coletiva. Sendo assim, desde a revolução cognitiva, os sapiens não vivem mais um estilo de vida natural. Isto é, há apenas escolhas culturais dentro de um conjunto de possibilidades imaginadas e compartilhadas.
Curtiu nossas dicas de livros? São obras realmente incríveis e profundas! Além disso, falamos sobre a autobiografia de Michelle Obama e o que ela nos ensinou sobre propósito no blog. Por fim, nos conta: quais livros impactaram sua vida?